STRESS E ANSIEDADE NA INFÂNCIA E NA ADOLESCÊNCIA
Prof. Paula Fernandes
O stress e a ansiedade são reações do organismo diante de situações difíceis ou excitantes, e pode atingir qualquer pessoa, em algum momento da vida.
Em períodos de stress e ansiedade, a pessoa fica em estado de desequilíbrio, e neste momento cada órgão passa a trabalhar em ritmo diferente dos demais. Dependendo da duração dos sintomas e da interpretação dos estímulos, há uma quebra do equilíbrio interior e o enfraquecimento do organismo, gerando alguns sintomas específicos e doenças.
A ansiedade é uma característica biológica e psicológica que antecedem momentos de perigo (real ou imaginário), marcada por sensações corporais, como vazio no estomago, taquicardia, sudorese, medo intenso, aperto no peito, rubor, calafrios, confusão, “nó” na garganta, etc.
Estes sintomas em crianças e adolescentes que ainda não tem maturidade e nem as estratégias para lidar com essa situação. A ansiedade nem sempre é ruim, ela só não pode impedir a pessoa de viver outras coisas em função desta ansiedade.
O stress infantil pode ter fatores internos e externos. Dos fatores internos, vai depender das características da personalidade, dos pensamentos e atitudes da criança, diante das situações de vida diária e depende da maneira que ela percebe a si mesma e o mundo à sua volta.
Ansiedade, depressão, desejo de agradar, medo do fracasso, preocupação com mudanças físicas, dúvidas quanto à sua capacidade, interpretações amedrontadoras, entre outras características, podem ser stressores da infância.
Dos fatores externos, leva-se em consideração as mudanças significativas, responsabilidades e atividades em excesso, brigas ou separação dos pais, nascimento de irmãos, doença e hospitalização, troca de professora ou de escola, pais ou professores stressados, medo do pai alcoolista e até doenças dos pais.
Quando o stress infantil não for tratado, pode gerar consequencias como asma, úlceras, alergias, distúrbios dermatológicos, diarréias, tiques nervosos, dores abdominais, resistência reduzida (vulnerabilidade à outras doenças), hipertensão arterial, obesidade e bronquite.
As situações stressantes vão depender de acordo com a interpretação de cada um, e de acordo com a maturidade.
O professor pode contribuir para melhorar o stress infantil, buscando conhecer o aluno, conversar, motivar para as aulas e para a escola, incentivar as perguntas, escutar sem fazer críticas, promover a autoconfiança, respeitar o ritmo individual, promover atividades em grupo e outras atividades calmas.
O professor é modelo, tomando cuidado para não passar para os seus alunos problemas pessoais ou profissionais, pois isso pode gerar uma confusão no processo ensino aprendizagem e a escola pode ser uma fonte geradora de stress.
A ansiedade e o stress infantil não se manifestam de forma isolada, e é preciso encaminhar a criança para um especialista quando necessário.
O objetivo em se trabalhar o stress infantil e a ansiedade é promover a saúde da criança, para que ela consiga enfrentar as mudanças que ocorrem em sua vida e tenha um desenvolvimento de forma integral, em todos os ambientes.
DEPRESSÃO NA INFÂNCIA E NA ADOLESCÊNCIA.
Prof. Paula Fernandes
Por algum tempo as crianças não foram (ou não pareciam ser) afetadas pela depressão. Atualmente as crianças estão tão suscetíveis quanto os adultos, e tal condição interfere na vida diária, nas relações sociais e escolares.
A depressão é um transtorno de humor ou afeto, um sentimento de tristeza profunda, associado a sintomas fisiológicos e orgânicos.
Para que se tenha um diagnóstico de depressão, segue–se os critérios do CID 10 e DSM – IV, e para ser classificado como tal é necessário um conjunto de sintomas e que perdure por mais de um mês.
A depressão apresenta um humor deprimido (tristeza, desesperança), perda de interesse e prazer por atividades que antes se mostravam prazerosas, diminuição da energia, ocorre significativa falta de animo que interfere na vida pessoal.
Para as crianças, a depressão tem uma causa multifatorial, que podem ser:
Biológicas: genética, estrutura e química do cérebro;
Psicológicas: stress, traumas, desamparo, forma de perceber e lidar com o mundo;
Sócio-culturais: papéis, expectativas, suporte social;
Fatores de risco para a depressão infantil:
· Histórico familiar de depressão
· Sexo feminino
· Episódios anteriores de depressão
· Acontecimentos stressantes
· Dependência de drogas
· Violência doméstica
Sintomas mais característicos da depressão :
- Tristeza, falta de motivação, solidão, humor deprimido, irritável ou instável,
- Mudanças súbitas de comportamento, como explosão de raiva, brigas, mudanças de apetite/peso, dificuldade em divertir-se,
- Queixas como; tédio ou “sem nada para fazer, preferência por atividades solitárias,
- Queixas físicas; cansaço, falta de energias, dores de cabeça, dores de barriga, insônia, pensamentos recorrentes de morte, idéias e planejamento de suicídio, preocupações, sentimento de culpa, baixa auto-estima, hipoatividade, fala em ritmo moroso.
Na escola os sintomas de depressão são percebidos pelos seguintes sintomas:
· Queda no rendimento escolar
· Falta de concentração
· Perda de interesse pelas atividades
· Falta de motivação
· Pensamento lentificado
· Impulsividade e irritabilidade
· Choro fácil
· Isolamento
· Na sala de aula e no recreio
Além das dificuldades sociais e escolares ,o desenvolvimento e o funcionamento social da criança e do adolescente também são afetados, e, caso não seja bem tratado, recor à vida adulta.
Os tratamentos podem ser feitos com medicação, com psicoterapia, o suporte familiar é importante, Psicoeducação: é uma rede de apoio incluindo o social, escola, trabalho e amigos.
Na escola é importante estar atento à alguns aspectos importantes como identificar antecedentes do episódio depressivo, minimizar o impacto negativo dos sintomas depressivo, aumentar a eficácia dos esforços de soluções de problemas, a pessoa precisa procurar internalisar e se utilizar de alguns subterfúgios e habilidades para lidar melhor com problemas futuros.
É necessário que o professor fortaleça os vínculos e esteja atento às condições que garantam a busca por ajuda em todos os contextos, auxiliando também, se possível, a escola, pais e amigos. A integração de todos os ambientes e a conscientização para com a situação da criança ou adolescente contribuem muito para amenizar o quadro depressivo na infância e adolescência.