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domingo, 10 de julho de 2011

7a. SEMANA - EPILEPSIA: PERSPECTIVA PSICOSSOCIAL E A INTERAÇÃO COM A SOCIEDADE

INTERAÇÃO SOCIAL: FAMÍLIA E SOCIEDADE 
Prof. Paula Fernandes
O papel da família na epilepsia.
Querendo ou não a família sofre uma alteração, também sofre com a situação. A participação consciente da família é essencial .
Muitas vezes a epilepsia influencia o ajustamento familiar:
Sentimento de medo e vergonha da ocorrência de novas crises, restringem as atividades
 Existe uma alteração na rotina dos cuidadores, e as vezes um impacto econômico, pois o familiar/cuidador precisa as vezes faltar do serviço,cuidar,  levar a consultas, as vezes até deixar de trabalhar por conta da situação.

Com relação à sociedade espera-se  que acolha, que entenda, que esteja  pronta a lidar com a epilepsia. Que entenda e acolha uma pessoa com epilepsia. Mas o que presenciamos na sociedade são:
CRENÇAS, IDÉIAS INADEQUADAS, REJEIÇÃO, ESTIGMA, ATITUDES DE PRECONCEITO, DESISFORMAÇÃO.
A família e a sociedade:
Controlam o comportamento de um paciente, estas que podem reforçar ou evitar comportamentos de “coitado, dependente, doente, etc”
Favorecem a recuperação da pessoa, de acordo com sua percepção e participação
DEVEM PARTICIPAR DE TODO PROCESSO
Como inserir a participação da família e a sociedade?
É necessário deixar de temer o assunto, colocá-lo em pauta, falar mais sobre ele!
Uma das opções é o trabalho em grupos, onde se consegue:
Auxiliar no conhecimento de informações
Discutir medos e preocupações
Compartilhar idéias
Reduzir desconfortos relacionados à epilepsia
PROCEDIMENTOS PARA FORMAÇÃO DE GRUPOS
Passo 1: Informações Gerais
Convide pacientes e familiares
Escolha dia e horários fixos e local determinado
A duração deve ser de aproximadamente 1 hora, senão cansa e perde o objetivo central, visando a reflexão após cada encontro, retornando assim com outras dúvidas, questionamentos, sugestões, ações. Levar para casa as informações e trazê-la de volta proporciona um grande crescimento.
Os grupos devem ser abertos a participação dos diversos, inclusive sempre voluntária
Passo 2: Acolhimento do Grupo
Num momento inicial as pessoas se apresentam e o coordenador explica os objetivos do mesmo:
*Conhecimento da epilepsia
*Interação do grupo
*Promover melhor qualidade de vida, para o paciente e a sociedade.
Passo 3: Apresentação do tema
É importante que sejam colocadas considerações gerais sobre epilepsia
*O que é epilepsia
*O que são crises de epilepsia?
*Quais os tratamentos?
*Cuidados necessários durante as crises.
 O fator primordial é prezar para que a pessoa com crises de epilepsia conviva bem em sociedade

EPILEPSIA FORA DAS SOMBRAS


Foi criada em 1997 a Campanha Global Epilepsia Fora das Sombras, objetivando maior propagação de conhecimento e participação de comunidades, visando especialmente intervir  sob o diagnóstico e tratamentos, além da redução do preconceito relacionado à pessoas com crises de epilepsia (Disponível em: www.aspebrasil.org. Último acesso em: 06/07/2011).

          Esta campanha desenvolve projetos em diversos locais do mundo com o objetivo de melhorar a identificação e o manejo das pessoas com epilepsia, incrementando a participação da comunidade e criando um modelo de tratamento integral aos pacientes e familiares. Em 2001, a Campanha Global entrou na sua segunda fase com a instituição de projetos demonstrativos que visam formular através de metodologia científica um modelo de tratamento aos pacientes com epilepsia. Têm como objetivo investigar e testar a eficácia de um programa de intervenção que melhore o diagnóstico e tratamento da epilepsia usando drogas de primeira linha e que reduzam o impacto do estigma na epilepsia. Quatro países, China, Senegal, Zimbábue e Brasil participam oficialmente desta segunda fase da Campanha Global. O projeto demonstrativo brasileiro está em andamento desde 23 de setembro de 2002, coordenado e executado pelo projeto ASPE (Assistência à Saúde de Pacientes com Epilepsia). A ASPE foi formada então, a partir desta Campanha Global, e conta hoje com os seguintes departamentos: científico, médico, educação, psicossocial e comunicação. (Disponível em: www.aspebrasil.org. Último acesso em: 06/07/2011).
                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                      
Diante de tal feito surgem novas parcerias, ONG’s e maior mobilização governamental e social em busca de maior justiça e democracia a todos.

O projeto Epilepsia fora das sombras nas redes de ensino (grifo nosso) é um possível modelo a ser seguido por escolas públicas e privadas com o intuito de reduzir o impacto do estigma, torna-se relevante ressaltar que é a geração de procedimentos para aprimorar a identificação e o tratamento de pessoas com epilepsia um dos principais objetivos desse projeto, através de parcerias com universidades públicas, sistemas públicos de saúde e  comunidades (ULISSES, 2002).


7a. SEMANA - EDUCAÇÃO COMUNITÁRIA E PARA A CIDADANIA

RELAÇÕES COM AS COMUNIDADES E A POTÊNCIA
DO TRABALHO EM REDE
Prof. Patrícia Junqueira Grandino

É necessário estudar nossa contemporaneidade, onde a sucessão dos eventos assumem um ritmo frenético, progressão no ritmo de vida, assumindo questões que o próprio cotidiano nos coloca, nunca d’antes visto.

Até a déc de 50 as pessoas que tinham televisão eram uma quantidade bem menor. A 60 anos atrás a informação podia demorar dias a chegar, e atualmente é dada a notícia em tempo real.

CONTEMPORANEIDADE: TEMPO DE PARADOXOS

Algumas tensões são destacadas:
Ø  Cultura de massa X Cultura Local – tornar-se cidadão do mundo sem perder referências e pertencimento a comunidade de origem
Ø  Tradição X Modernidade – Construir sua autonomia em dialética com a liberdade e a evolução do outro, dominar o progresso científico
Ø  Competição X Igualdade de oportunidades – Conciliar a competição que estimula, a cooperação que reforça e a solidariedade que une.

Há emergência de uma nova classe média, um cenário mais violento, por outro lado à necessidade de grupos de pertencimento, criação de relações mais efêmeras superficiais.

Importância do ser humano em transmitir conhecimento de geração a geração, havendo as transformações adequadas de acordo com cada necessidade e época.

Como poderia-se trabalhar a competição de forma mais estimulante, desafiadora, desejo em alcançar determinados objetivos, com relações mais cooperativas?

COMUNIDADES: Realidade social, que garante a permanência de laços sociais mais estreitos, estes vínculos permitem uma afirmação mais efetiva da afirmação entre sujeitos e grupos (famílias, instituições religiosas, escolas...)

TRABALHO EM REDE visa:
Ø  Potencializar os recursos da comunidade
Ø  Fortalecer a implicação dos diferentes atores de uma comunidade
Ø  Problematizar as questões emergentes da comunidade coletivamente
Ø  Identificar estratégias de enfrentamento compartilhadas

EXEMPLO
Dificuldade de relacionamentos adolescentes x adultos
Pensar cooperadores para resolução de tais conflitos
Mães, pais, avós, líderes religiosos, educadores sociais, agentes comunitários, adolescentes, universidades.

Este grupo pode agir na organização de planos de trabalho de forma ativa e participativa, abordando temáticas como:
Ø  ECA  
Ø  Formação de adolescentes multiplicadores, AGENTE
Ø  Oficinas de pais e educadores

Favorecendo assim estreitamento dos vínculos e prevenção a outras dificuldades de relacionamento, fortalecendo as relações.


UH-BATUK-ERÊ: UMA AÇÃO DE COMUNIDADE
Prof. Edson Azevedo

Experiência escolar na EMEF Profa Esmeralda Salles Prereira Ramos
Jaçanã/ Tremembé

Percebeu-se uma dificuldade de posicionamento por parte dos alunos da comunidade. Frente a uma pesquisa confirmou-se então:
ü  Baixa auto estima devido aos estigmas atribuídos à comunidade
ü  Distorção da identidade, principalmente com relação às origens étnicas

“ENQUANTO A COR DA PELE FORM MAIS IMPORTANTE
QUE O BRILHO DOS OLHOS,
SEMPRE VAI EXISTIR GUERRA.”
Bob Marley

Foi criada uma ação iniciada pelos docentes, a ação UH-BATUK-ERÊ, buscando através de uma ação comunitária melhorar a qualidade de vida dos alunos e da própria comunidade.  Cogitou-se a promoção através da arte.

Diversas frentes foram consideradas a priori:
Ø  Cursos de formação
Ø  Oficinas
Ø  Fóruns Comunitários (os alunos começaram a se colocar com idéias, de forma  protagonista, discutindo também problemas comuns à comunidade local)
Ø  Trilhas Culturais (vivência a outros espaços culturais e possibilidades de melhoria)e trilhas de observação do entorno, ausência de infra estrutura
Ø  Apresentações (nova percepção sobre sí e sobre o outro, fortalecimento e propagação da atividade desenvolvida)

Estas ações trouxeram reconhecimento, referência de pesquisas, conquistas externas:
Ø  Centro de referência de Cultura Afro-Indígena (Ong Polo Cultural Educação e Arte)
Menções:
Ø  Prêmio Paulo Freire de Qualidade de Ensino Municipal
Ø  Prêmio Construindo a Nação/ Instituto Cidadania

Pela FUNAT foi organizado um espetáculo em São Paulo “Mulheres e Divindades”

AÇÃO – EMOÇÃO – AÇÃO
Processo contínuo de formação

MUDANÇAS:
Intervenções
Relações humanas
Compartilhamento
Redução de preconceitos e desigualdades

A ESCOLA TEM UMA GRANDE RESPONSABILIDADE DE MUDAR A SOCIEDADE E AS PESSOAS NELAS INSERIDAS, PARA QUE SE TORNE UM AMBIENTE MAIS SAUDÁVEL A TODOS!

“Há um tempo em que é preciso
Abandonar as roupas usadas,
Já que tem a forma do nosso corpo,
E esquecer os caminhos,
Que nos levam sempre aos mesmos lugares.

É tempo de travessia, e,
Se não ousarmos fazê-la,
Teremos ficado para sempre,
À margem de nós mesmo.”

Fernando Pessoa

UH-BATUK-ERÊ

6a. SEMANA - EPILEPSIA: PERSPECTIVA PSICOSSOCIAL E A INTERAÇÃO COM A SOCIEDADE

EPILEPSIA E ESTIGMA
Adaptada aula Prof. Paula Fernandes

A epilepsia é uma condição estigmatizante, pois há um impacto psicológico expressivo na vida das pessoas e de seus familiares. Mesmo sabendo que as crises de epilepsia refletem algo anormal na atividade elétrica do cérebro, muitos mitos e preconceitos sobre as causas e consequências da epilepsia ainda existem (FERNANDES, SALGADO, NORONHA, MORY, LI, 2004).
Segundo Goffman (1963 apud FERNANDES e LI, 2006),  a pessoa com crise  é considerada diferente e possui tratamento diferenciado frente à sociedade, sendo muitas vezes alvo de demonstrações de conceitos errados e preconceituosos com relação ao indivíduo.
Becker (1963 apud FERNANDES e LI, 2006) afirma ainda que estigma é uma atitude discriminatória criada através das próprias pessoas como consequência de normas sociais preestabelecidas por grupos sociais.
            Moreira (2004) relata que a causa da discriminação perante pessoas com crises de epilepsia resulta da falta de maiores esclarecimentos. Atitudes discriminatórias comprometem a melhoria desta desordem neuronal, da inclusão social e, consequentemente, da qualidade de vida das pessoas com crises de epilepsia.
Mesmo as pessoas com as crises de epilepsia controladas sentem o impacto de ter sido diagnosticado com tal desordem, há uma alteração de percepção advinda do próprio indivíduo. Desta forma, além de enfrentar as limitações que as crises impõem, enfrenta ainda o preconceito e o  estigma advindo pela falta de informações e a presença de mitos sociais (FERNANDES, SALGADO, NORONHA, MORY, LI, 2004).
Ao ter o diagnóstico de epilepsia, a pessoa pode sofrer psicologicamente, pois passa a ter medo por ser diferente dos outros, a ter preocupação com o futuro, acompanhado da dificuldade para se inserir socialmente, arrumar emprego, ou constituir uma família. Tais preocupações e temores interferem na qualidade de vida e reforçam ainda mais o estigma (FERNANDES, SALGADO, NORONHA, MORY, LI, 2004).

PAPEL DAS ONG’S E ASSOCIAÇÕES DE EPILEPSIA
Prof. Li Li Min

As ONG’s existem de forma a suprir uma necessidade de ausência de ação por parte do governo.

As ONG’s desenvolvem algumas ações (especificamente as ligadas à epilepsia):
ü  Encontros nacionais (todos os anos, em diversas regiões do Brasil)
ü  Semana da Epilepsia
ü  Cursos e palestras
ü  Compromisso mútuo
ü  Aumento de redes sociais
ü  Trabalho constante

Normalmente conta-se com voluntários, onde recebe-se a satisfação por ter contribuído com o bem estar da sociedade.

ASPE – ASSISTÊNCIA A SAÚDE DE PACIENTES COM EPILEPSIA



Projeto Mil líderes: Líderes comunitários são treinados para propagar informações cada qual em sua comunidade.
Projeto Conexão: Divulgação dos temas e informações

Revistas e gibis para atrair jovens públicos leigos.

Pequenas mudanças são observadas na cidade de Campinas, hoje não há mais falta de medicamento. As organizações contribuem de forma a fazer com que a voz e necessidades das pessoas, da sociedade, dos pacientes sejam ouvidas de forma democrática e cidadã.

As escolar também podem fazer parcerias e divulgar conhecimentos, especificamente sobre a epilepsia.

6a. SEMANA - EDUCAÇÃO COMUNITÁRIA E PARA A CIDADANIA

LAZER, CULTURA E ELEMENTOS COMUNITÁRIOS
Prof. Ricardo Uvinha

O entendimento do lazer é importante enquanto associado a aprendizagem e qualidade de vida.

O lazer tem uma dimensão subjetiva e uma esfera social muito importante.

Um dos conceitos de lazer segue-se por Henderson:
“O conceito de lazer é difícil de limitar a uma única definição. Como uma experiência compreendida por indivíduos diante de variados contextos, o estudo do lazer tem estado envolvido em três abordagens: tempo, atividade e estado da mente” (HENDERSON, 2001, p.15).

Tempo liberado das obrigações, qualificações, envolvimento, etc.

Na realidade brasileira Dumazedier  nos traz importantes contribuições referente ao LAZER:

“Um conjunto de ocupações às quais o indivíduo pode entregar-se de livre vontade, seja para divertir-se, recrear-se e entreter-se ou ainda para desenvolver sua formação desinteressada, sua participação social voluntária ou sua livre capacidade criadora, após livrar-se ou desembaraçar-se das obrigações profissionais, familiares e sociais” (DUMAZEDIER, 1980, p. 19)


3 D’s
  1. DESCANSO
  2. DIVERTIMENTO E
  3. DESENVOLVIMENTO

Interesses artísticos
Interesses intelectuais
Interesses manuais
Interesses sociais
Interesses turísticos

É possível considerarmos vários destes interesses a cada pessoa, e algumas se colocam de forma preponderante.

Nas comunidades apresenta-se os equipamentos de lazer, como deflagrador;

NÃO ESPECÍFICOS – Não feitos com esta finalidade mas podem ser adaptados
ESPECÍFICOS - Próprios para o lazer

Nem sempre há suficientes equipamentos específicos à comunidades, e a escola pode contribuir com isto. Porém é necessário que a comunidade seja ouvida com relação a seus interesses. É necessária a garantia da autonomia social frente aos espaços reservados para o lazer.   
O lazer é extremamente importante enquanto objeto social

LAZER, JUVENTUDE E ESPORTES
Prof. Ricardo Uvinha

É importante destacar o apego à mídia, TV.

O lazer é importante enquanto atividade associada à comunidade, onde também é possível acompanhar jogos, etc. Porém o lazer para o jovem hoje é considerado um lazer-mercadoria.
Ou ainda Deviant Leisure – Desviante, suspeito, transgressão da ordem e da moral
Esportes
Papel dos grupos (“tribos”)

CULTURA E IDENTIDADE DO GRUPO, porque tais fatores acontecem dentro daquela realidade

Espaço físico
Grupos/ “Tribos”/ Gênero
Rixas
Linguagem
Vestimenta
Música

PEDAÇO – Espaço simbólico entre espaço e rua, simbólico ou não simbólico, espaço de encontro com pares.

Esportes radicais/ esportes de aventura, grande marketing.
Aéreos
Aquáticos
Terrestres

Características da aventura é o quesito que atrai pessoas a estes tipos de esportes

Alguns tipos de esportes não atraem somente jovens em idade, tudo depende dos interesses e de como a pessoa se sente diante de tal atividade. Reunir a família durante os esportes também é interessante.

Algumas escolas se adaptam frente à modalidades interessantes aos alunos, ou ainda atividades externas à escolas. Valorizar elementos de cooperação, expressividade, culturais, etc

5a. SEMANA - EPILEPSIA: PERSPECTIVA PSICOSSOCIAL E A INTERAÇÃO COM A SOCIEDADE

CIDADANIA
Profa. Paula Fernandes

O que entendemos por “cidadania”, como este processo pode ser construído, especialmente pelos docentes?

CIDADANIA:
Processo em construção, pautado em direitos e  deveres assumidos pelos sujeitos sociais e pelo Estado na direção de uma sociedade justa, livre e igualitária.

Quando fala-se sobre Cidadania, queremos dizer Igualdade, Justiça Social.

O processo de construção precisa ser individual e coletiva, tanto por parte da sociedade como de leis.

Um cidadão é aquele que vive plena posse de seus direitos e deveres, usufruiu bens e serviços sociais, participa livremente, conscientemente e de forma autônoma das decisões de seu país. O sujeito precisa QUERER participar deste processo de cidadania?

Como fazer com que as leis coincidam com o que ocorre realmente?

Precisamos ter acesso ao conhecimento, ter uma tomada de decisão individual e coletiva, e o desenvolvimento de ações. Nota-se que diante deste fatores realmente exercidos, torna-se um ciclo cada vez mais efetivo.

O acesso ao conhecimento diz respeito ao acesso social, estar interessado e conhecer seu pais, suas leis, a real situação, os problemas, e quais estratégias podem e devem ser utilizadas para sanar tais problemáticas que de certa forma ferem o direito de cidadania, alterando assim um cenário, sem esquecer-se da participação ativa de cada sujeito.

A partir do conhecimento espera-se uma atitude coletiva, buscando orgãos ou pessoas que tenham os mesmos interesses, cujo processo pressupõe diversas posturas como cooperação, diálogo, ousadia, comunicação, atitude Não preconceituosa, comprometida e coerente, dentre outras posturas éticas.
A partir disto buscar associações, grupos, escolas, buscando uma direção única na busca de uma cidadania digna e de qualidade.

A cidadania plena só acontece quando é oferecido tratamento igualitário e justo a TODOS os cidadãos, independente das diferenças.

TODOS NÓS TEMOS RESPONSABILIDADE DE TENTAR TIRAR AS LEIS DO PAPEL E TRANSFORMÁ-LAS EM PRÁTICA, REALMENTE.

COMO LIDAR COM AS LIMITAÇÕES? ELAS EXISTEM?
Prof. Li LI Min

A pessoa com crise de epilepsia pode praticar esportes?
Sim, inclusive tem o aspecto de qualidade de vida, REDUÇÃO de crises de epilepsia, além da oportunidade social, de interação.
Porém, nem todos os esportes são recomendados, como alpinismo, mergulho... Especialmente àqueles que não tem crises controladas.

A pessoa com crise de epilepsia pode dirigir?
Depende da Legislação local, atualmente a pessoa com crises constantes não pode obter a CNH, a não ser que passem-se 2 anos sem crises. Após este período a pessoa pode requerer a CHN, porém, caso ocorra uma crise, ele responde legalmente, como qualquer outro cidadão. Então só é recomendado em casos controlados.

A pessoa com crises de epilepsia pode se casar?
Incrivelmente este fato ainda é discutido e até um tempo atrás no Reino Unido as pessoas com crises epiléticas eram proibidas judicialmente de se casar, porém não há restrição nenhuma com relação a matrimônios.

A pessoa com crises de epilepsia podem ter filhos?
Este é o tipo de questão que abala realmente o portador de crises de epilepsia. Realmente não existe nenhuma comprovação científica de que a pessoa não possa ter filhos.
Com relação à hereditariedade, enquanto a população geral tem 1% a 2% de chances de vir a ter crises epiléticas, os filhos de mães de portadoras de crises epiléticas têm aproximadamente 5% de chances de tê-la também, mas matematicamente falando a grande maioria de filhos de mães que tem crises de epilepsia, não a terão, mas é possível fazer um  aconselhamento genético onde levanta-se a porcentagem de chances de uma criança nascer ou vir a ter crises de epilepsia, mas nada que os impeça de ter filhos saudáveis.
Então SIM, é possível ter filhos, mesmo que se tenham crises de epilepsia.

A pessoa com crises de epilepsia podem estudar?
PODEM e DEVEM estudar e competir igualitariamente por uma vaga no mercado de trabalho. O professor sabe da importância do ensino e precisam ser conscientes e livres de preconceitos, para que esta pessoa esteja tão preparada quanto as demais visando um futuro promissor, tanto quanto a pessoa puder e quiser.

A pessoa com crises de epilepsia podem trabalhar?
É ainda uma pergunta muito comum, e um debate mundial pois ainda hoje em dia há muito preconceito. Muitos portadores de crises de epilepsia ainda se perguntam se devem ou não falar ao empregador sobre suas crises de epilepsia. A recomendação do Dr Li Li Min é que, se sua função não tiver nenhuma relação ou prejuízo à função, ou que possa diretamente prejudicar a sua integridade e a do grupo, talvez não precise ser falado. No entanto, uma vez que possa prejudicar, é melhor que o empregador saiba, embora ainda haja muita desinformação
As pessoas com crises de epilepsia PODEM e DEVEM estar inclusas no ambiente de trabalho, assim como lutar por uma vaga democraticamente econsegui-la através de suas próprias competências.

A pessoa com crises de epilepsia podem ter uma boa qualidade de vida?
Podem sim, desde que consiga enfrentar adequadamente todos os percalços, faça acompanhamentos e mantenha uma vida saudável, independente das crises.

O mais importante é deixar de focar nas limitações e começar a focar em potenciais. Algumas limitações são justas e realmente protegem a pessoa de maus inconvenientes, outras são originadas somente de desinformação e preconceitos, sem fundamento algum. Quem sabe mais tem o dever de informar melhor inclusive a família, o próprio portador de crises de epilepsia, e os demais que talvez estejam hoje dotados apenas de preconceitos e empregando estigmas.
O PROFESSOR tem um importante papel de se abster do preconceito e informar, romper barreiras, muitas delas apenas imaginárias e preconceituosas, e este é mais um dos grandes desafios docentes.

5a. SEMANA - EDUCAÇÃO COMUNITÁRIA E PARA A CIDADANIA

TRANSFORMAÇÕES SOCIAIS, CURRICULO E CULTURA
Prof Marcos Neira

Objetivo: Obter inter relação entre os três elementos:

Transformações da sociedade
Currículo
Cultura

Pensar os fenômenos da globalização frente à necessidade de sala de aula, mais situado nos últimos 50 anos.
Ex. Self Service, músicas diferentes, informações globais em tempo real, contexto democrático, etc

Podemos dizer que a partir de estudos teóricos, toda experiência proporcionada pelas escolas ou a partir dela estuda-se o currículo, toda experiência proposta pela escola ou a partir dela, uma prática social que deixa marcas, forja a identidade...

v  Teorias tradicionais
v  Teorias críticas
v  Teorias pós-críticas

Não somente relações de poder que interferem na seleção dos conteúdos, mas também, enquanto prática social, está impregnada por outros conceitos internos e externos. Tais como livros, DVD’s, materiais em geral utilizados pela escola/ educadores.

CULTURA

Ø  Cultuar, cultivar (Grécia antiga)
Ø  Estado de espírito (França, séc XVIII)
Ø  Associada à razão e civilização (Iluminismo)
Ø  Fator de identidade nacional (Alemanha)
Ø  Modo de produção de classe (Inglaterra)

A cultura sai de um estágio de bárbaro até o civilizado (povo europeu, etc), e aparecem outros que vão trabalhar a CULTURA de forma diferente.

Ø  Evolucionista (Tylor)
Ø  Relativista (Boas)
Ø  Funcionalista (Malinowiski)
Ø  Sistêmica (Durkheim)
Ø  Interpretativa (Geertz)

Hoje considera-se a cultura como um emaranhado, se posicionando no lugar do outro, Geertz foi um dos primeiros responsáveis a associar cada grupo cultura aos seus significados, estando presos a estes por eles produzidos.

O pensamento dos demais pensadores ainda está muito ligado à questões antropológicas, materialistas de cultura.

A partir dos anos 50 um conjunto de teóricos vem discutindo a Cultura enquanto campo de lutas para validação dos significados.

CULTURA, o olhar dos Estudos Culturais

Campo de lutas (Hall)

v  Incorporação (legitimação do que se vê)

v  Distorção (quando um grupo não tem poder sob aquilo, é mais conveniente a distorção)

v  Resistência (à determinados padrões, idéias, noções que vão contra seus conceitos)

v  Negociação (A incorporação de elementos negociados/significados de um grupo para outro)

CULTURA; UM CAMPO DE LUTAS PARA VALIDAÇÃO DOS SIGNIFICADOS


VALORIZAÇÃO DA CULTURA CORPORAL DA COMUNIDADE
NO CURRICULO ESCOLAR
Prof Marcos Neira


CULTURA CORPORAL: Toda produção simbólica que envolve as práticas corporais (jogar, conhecer damas, etc. Assim como brincadeiras, lutas danças...). É um patrimônio

ü  Concepção dos estudos Culturais
ü  Movimentos e gestos
ü  Produção da gestualidade
ü  Textos corporais

Veiculação do significado de mundo frente a cada sociedade, de acordo com as atividades com as quais se identificam. Comunicação com o mundo.

PRINCÍPIOS CURRICULARES

ü  Enraizar as identidades
ü  Justiça curricular       
ü  Evitar o daltonismo cultural
ü  Ancoragem social dos conteúdos     

Cada grupo atribui relações diferentes com as práticas culturais de acordo com os grupos.

Valorização das diferenças, e não ressaltar habilidades que nem sempre são inerentes a outros.

Proporcionar brincadeiras que também possam ser culturais, considerando outras esferas da sociedade.

ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS

ü  Mapeamento da cultura corporal (identificação de experiências da comunidade)
ü  Ressignificação das práticas corporais (Outros tipos de pião, outras formas de brincar...)
ü  Aprofundamento dos conhecimentos (pesquisas àqueles que não conheciam tanto a experiência propostas, ou novas informações e elementos)
ü  Ampliação (Considerar a brincadeira em outras culturas, e o objetivo do jogo, que pode ser diferente da já conhecida)

Ou seja, a organização do currículo de forma a favorecer a cultura. Favorecer a identidade entre a cultura e a experiência corporal.