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domingo, 10 de julho de 2011

5a. SEMANA - EPILEPSIA: PERSPECTIVA PSICOSSOCIAL E A INTERAÇÃO COM A SOCIEDADE

CIDADANIA
Profa. Paula Fernandes

O que entendemos por “cidadania”, como este processo pode ser construído, especialmente pelos docentes?

CIDADANIA:
Processo em construção, pautado em direitos e  deveres assumidos pelos sujeitos sociais e pelo Estado na direção de uma sociedade justa, livre e igualitária.

Quando fala-se sobre Cidadania, queremos dizer Igualdade, Justiça Social.

O processo de construção precisa ser individual e coletiva, tanto por parte da sociedade como de leis.

Um cidadão é aquele que vive plena posse de seus direitos e deveres, usufruiu bens e serviços sociais, participa livremente, conscientemente e de forma autônoma das decisões de seu país. O sujeito precisa QUERER participar deste processo de cidadania?

Como fazer com que as leis coincidam com o que ocorre realmente?

Precisamos ter acesso ao conhecimento, ter uma tomada de decisão individual e coletiva, e o desenvolvimento de ações. Nota-se que diante deste fatores realmente exercidos, torna-se um ciclo cada vez mais efetivo.

O acesso ao conhecimento diz respeito ao acesso social, estar interessado e conhecer seu pais, suas leis, a real situação, os problemas, e quais estratégias podem e devem ser utilizadas para sanar tais problemáticas que de certa forma ferem o direito de cidadania, alterando assim um cenário, sem esquecer-se da participação ativa de cada sujeito.

A partir do conhecimento espera-se uma atitude coletiva, buscando orgãos ou pessoas que tenham os mesmos interesses, cujo processo pressupõe diversas posturas como cooperação, diálogo, ousadia, comunicação, atitude Não preconceituosa, comprometida e coerente, dentre outras posturas éticas.
A partir disto buscar associações, grupos, escolas, buscando uma direção única na busca de uma cidadania digna e de qualidade.

A cidadania plena só acontece quando é oferecido tratamento igualitário e justo a TODOS os cidadãos, independente das diferenças.

TODOS NÓS TEMOS RESPONSABILIDADE DE TENTAR TIRAR AS LEIS DO PAPEL E TRANSFORMÁ-LAS EM PRÁTICA, REALMENTE.

COMO LIDAR COM AS LIMITAÇÕES? ELAS EXISTEM?
Prof. Li LI Min

A pessoa com crise de epilepsia pode praticar esportes?
Sim, inclusive tem o aspecto de qualidade de vida, REDUÇÃO de crises de epilepsia, além da oportunidade social, de interação.
Porém, nem todos os esportes são recomendados, como alpinismo, mergulho... Especialmente àqueles que não tem crises controladas.

A pessoa com crise de epilepsia pode dirigir?
Depende da Legislação local, atualmente a pessoa com crises constantes não pode obter a CNH, a não ser que passem-se 2 anos sem crises. Após este período a pessoa pode requerer a CHN, porém, caso ocorra uma crise, ele responde legalmente, como qualquer outro cidadão. Então só é recomendado em casos controlados.

A pessoa com crises de epilepsia pode se casar?
Incrivelmente este fato ainda é discutido e até um tempo atrás no Reino Unido as pessoas com crises epiléticas eram proibidas judicialmente de se casar, porém não há restrição nenhuma com relação a matrimônios.

A pessoa com crises de epilepsia podem ter filhos?
Este é o tipo de questão que abala realmente o portador de crises de epilepsia. Realmente não existe nenhuma comprovação científica de que a pessoa não possa ter filhos.
Com relação à hereditariedade, enquanto a população geral tem 1% a 2% de chances de vir a ter crises epiléticas, os filhos de mães de portadoras de crises epiléticas têm aproximadamente 5% de chances de tê-la também, mas matematicamente falando a grande maioria de filhos de mães que tem crises de epilepsia, não a terão, mas é possível fazer um  aconselhamento genético onde levanta-se a porcentagem de chances de uma criança nascer ou vir a ter crises de epilepsia, mas nada que os impeça de ter filhos saudáveis.
Então SIM, é possível ter filhos, mesmo que se tenham crises de epilepsia.

A pessoa com crises de epilepsia podem estudar?
PODEM e DEVEM estudar e competir igualitariamente por uma vaga no mercado de trabalho. O professor sabe da importância do ensino e precisam ser conscientes e livres de preconceitos, para que esta pessoa esteja tão preparada quanto as demais visando um futuro promissor, tanto quanto a pessoa puder e quiser.

A pessoa com crises de epilepsia podem trabalhar?
É ainda uma pergunta muito comum, e um debate mundial pois ainda hoje em dia há muito preconceito. Muitos portadores de crises de epilepsia ainda se perguntam se devem ou não falar ao empregador sobre suas crises de epilepsia. A recomendação do Dr Li Li Min é que, se sua função não tiver nenhuma relação ou prejuízo à função, ou que possa diretamente prejudicar a sua integridade e a do grupo, talvez não precise ser falado. No entanto, uma vez que possa prejudicar, é melhor que o empregador saiba, embora ainda haja muita desinformação
As pessoas com crises de epilepsia PODEM e DEVEM estar inclusas no ambiente de trabalho, assim como lutar por uma vaga democraticamente econsegui-la através de suas próprias competências.

A pessoa com crises de epilepsia podem ter uma boa qualidade de vida?
Podem sim, desde que consiga enfrentar adequadamente todos os percalços, faça acompanhamentos e mantenha uma vida saudável, independente das crises.

O mais importante é deixar de focar nas limitações e começar a focar em potenciais. Algumas limitações são justas e realmente protegem a pessoa de maus inconvenientes, outras são originadas somente de desinformação e preconceitos, sem fundamento algum. Quem sabe mais tem o dever de informar melhor inclusive a família, o próprio portador de crises de epilepsia, e os demais que talvez estejam hoje dotados apenas de preconceitos e empregando estigmas.
O PROFESSOR tem um importante papel de se abster do preconceito e informar, romper barreiras, muitas delas apenas imaginárias e preconceituosas, e este é mais um dos grandes desafios docentes.

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