Powered By Blogger

terça-feira, 5 de julho de 2011

2a. SEMANA - EDUCAÇÃO COMUNITÁRIA E PARA A CIDADANIA

 
PROTAGONISMO JUVENIL E PARTICIPAÇÃO ESCOLAR
Prof. Ulisses Araújo
É importante que o aluno tenha um processo ativo no processo ensino x aprendizagem, dando-lhe um papel essencial, incentivando sua participação e corroborando para uma educação mais ética e cidadã. O professor deixa de ser apenas um transmissor de conhecimento, incentivando e colocando em evidência a participação do próprio aluno.
“A educação deve promover o acesso aos bens culturais exigidos pela sociedade contemporânea e garantir uma formação política que permita aos jovens participar da vida social de forma mais crítica, dinâmica e autônoma”
METODOLOGIAS ATIVAS DE APRENDIZAGEM

Fundamentadas em teólogos como Dewey, Paulo Freire, que atribuem ao aluno um papel mais ativo e não passivo onde apeenas recebe sem intervir nos conteúdos repassados através de livros, professores,internet, TV,  etc.
A Aprendizagem Baseada em Problemas é uma metodologia ativa de aprendizagem.
“Estratégia pedagógica que apresenta aos estudantes situações significativas e contextualizadas no mundo real”  (Mayo, Donnelly, Nash, & Schwartz, 1993)
O aluno no entorno de sua escola, em sua casa são trazidos como problemática geradora de aprendizado. O aluno vai construir uma situação conflituosa e aprender com ela.
O Professor Ulisses dá como exemplo alunos da USP Leste que fazem intervenção  com a população e escola fora da universidade,  possuem em seu currículo ações coletivas , problematizando e desenvolvendo junto à comunidade ações sociais de acordo com as  necessidades locais. São desenvolvidas ações como o trabalho com a melhor idade,  educação digital, atividades físicas, rádios comunitárias, ações culturais e organizacionais com a comunidade.
Sob uma outra perspectiva da Metodologia Ativa ainda, o professor exemplifica outros casos. Nas universidades de Sthenfourd-Califórnia,e  Wemarth-Boston  EUA, onde os alunos se reúnem para desenvolver metodologias para melhorar a situação da comunidade local, como uma máquina de lavar roupa a pedal, ou máquinas de sucção a pedal para dinamizar e ampliar algumas ações necessárias a comunidade, ou soluções e auxílio à geração de renda.
São apresentados os dados de uma pesquisa entre 2008 e 2009, tomando por base alunos participantes das ações comunitárias baseadas em problemática.
É feito um comparativo entre ESTUDANTES PROTAGONISTAS e ESTUDANTES QUE NÃO PARTICIPARAM DESTAS AÇÕES.
Apresentou-se questões relacionadas à ética, cidadania e moralidade.
Torno de 68% dos protagonistas em projetos, deram respostas consideradas morais frente às questões apresentadas (torre azul).
Nesta mesma escola, porém com alunos que não participavam dos projetos, cerca de 48% deram respostas éticas e morais às questões. (vermelho)
E quando comparados a uma escola C, onde tal projeto não ocorre, são dasa em torno de 30% apenas de respostas ligadas às questões éticas e morais.
Percebe-se diante desta pesquisa, que um aluno envolvido em projetos de ética e cidadania constroem uma maior reflexão ética e moral e sobre a importância do seu papel na sociedade, havendo assim possibilidade para contribuir para uma sociedade mais justa e igualitária.
A escola pode criar estratégias onde o aluno saia do papel passivo e faça parte da construção, que seja realmente um sujeito ativo da sua própria vida.
 São sugeridas algumas estratégias:
·         Assembléias escolares;
·         Grêmios estudantis;
·         Estratégias de resolução e de mediação de conflitos – algumas esccolas criam a função de aluno/professo mediador de conflitos;
·         Estratégias de aproximação entre escola, família e comunidade – por exemplo, alunos que organizam reuniões, etc;
Com esta participação, protagonismo do aluno cria-se uma maior consciência de valores e morais de si e da comunidade como um todo.
EDUCAÇÃO COMUNITÁRIA E QUESTÕES DE GÊNERO NA ESCOLA
Profa. Valéria Amorin Arantes Univ. São Paulo
O objetivo da professora é apresentar um projeto de intervenção em uma escola pública do estado de São Paulo , privilegiando a construção de valores, ética, direitos humanos e igualdade.
Cita a relevância com relação à construção de conflitos, com apoio da Fapesp.
Foram duas frentes de trabalho neste projeto:
1.      Intervenção no cotidiano escolar, visando promover a compreensão das situações de conflito
2.      Busca de dados qualitativos e quantitativos que permitissem “avaliar” os resultados da intervenção
Dois grandes desafios diante do comportamento de desvinculo entre a escola e a comunidade. O docente precisa sempre avaliar se a sua atuação é coerente à sua postura moral e ética dentro e fora da escola.
Foram feitas várias frentes de intervenção como, reunião com orientação docente, reuniões mensais com toda comunidade trabalhando questões de ética e cidadania, pedagogia e projetos, interdisciplinaridade, sair do âmbito da escolapara conhecimento da realidade daquela comunidade, outros professores se deslocavam para acompanhar e participar do projeto.

Foram feitas o bservações internas e externas, diários de campo, entrevistas orais e escritas, questionários aplicados inclusive aos integrantes da comunidade aquém da escola, relatórios dos professores da escola que receberam apoio Fapesp para desenvolvimento do projeto no ínterim escolar (5 docentes inseridos diretamente na pesquisa)
Primeiramente foi feito um levantamento de conflitos de gêneros daquela comunidade junto aos alunos., se já tinham presenciado um conflito entre um homem e uma mulher, e isto foi descrito, relatado, entre outras situações.
Foi feita uma análise das respostas e dos conflitos:
Ø  Conflitos amorosos
Ø  Traição
Ø  Separação
Ø  Violência contra o homem
Ø  Violência contra o casal
Ø  Violência contra a mulher
A intervenção foi baseada inteiramente na realidade daquela comunidade.
Foram levantadas três categorizações:
Ø  Categoria “não moral”
Por exemplo, é relatado por um aluno um conflito entre o irmão e a namorada, que não arruma a casa e quando fora lhe indagado como poderia ser resolvido este conflito, o aluno sugeriu que a namorada fizesse o que o irmão queria.  É diferente de IMORAL.
Ø  Categoria  “mágica”
Um exemplo de outro aluno relata que o vizinho é mau, espanca a mulher, chega bêbado e cobrava muito da esposa. Um dia chegou bêbado em casa, ele brigaram e ele a matou. Este aluno sugere a resolução como “um problema que está nas mãos de Deus”
Ø  Categoria “moral”
O conflito dia respeito a uma esposa grávida que apanha do marido, que pega até faca. A resolução foi algo com princípio moral, pois foi sugerido a denúncia da esposa referente à violência que sofria.
A escola precisa incentivar uma melhor e mais ética prática de resolução de conflitos.
Foram feitos vários projetos, cartazes, trabalhos fora da escola, trabalho sob a Lei Maria da Penha, o que era, para que servia, sentimentos morais, entre outras intervenções.
Depois fora analisado o favorecimento à mudança.
De 67% das respostas mágicas que foram dadas pelas mulheres, após a intervenção caiu para 8%
De 38  %  dos meninos que deram respostas mágicas,  depois da intervenção foi para 29 %
Delas, de  apenas 27 % que deram respostas morais , após o projeto sobe para 89%
Dos homens que responderam sobre a categoria moral, sobe de 50% para 65%
É possível promover uma intervenção que favoreça a moral e ética e romper a discriminação, inclusive entre gêneros, rompendo barreiras e considerando os gêneros como iguais e diferentes.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.